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O dia em que o cancro me visitou e o YOGA foi o meu Virabhadrasana


- Olá pessoa linda que me estás a ler!

O meu nome é Alda Silva, tenho 45 anos de idade e sou mãe de duas princesas e um príncipe.

O primeiro contato que tive com o yoga foi por volta dos meus 27 anos de idade, iniciei esta prática por mero acaso e fiquei logo apaixonada pela filosofia de vida milenar que viria a ser presença diária na minha vida.


Entretanto formei-me professora de yoga e abri o meu estúdio; Sol y Luna – yoga e terapias, localizado em Paços de Ferreira no Distrito do Porto.

Partilho esta filosofia maravilhosa com todos aqueles que sentem o seu chamamento há quase 5 anos.


Foi no ano passado, em janeiro de 2018 que após uma redução mamária por motivos de saúde (a cervical já doía bastante) recebi a notícia que me tinham retirado um cancro da mama.


A minha primeira reação foi de choque, pois fiz uma série de exames e análises antes da operação onde nada foi detetado.

Depois chorei… chorei muito… porque é preciso chorar!


Depois… Respirei fundo e agradeci pela operação e pelo maravilhoso médico Dr. Luís Azevedo que descobriu e removeu o cancro; este já com 1,5cm felizmente era de grau 1, foi detetado no início.


Como o Yoga me ajudou?

Ajudou imenso no controlo e na gestão emocional, quando nos dá uma notícia destas o nosso Mundo abana bastante.

Quer nas aulas que leciono como na minha prática pessoal há sempre um momento dedicado à respiração e controlo desta e à meditação.


A respiração completa realizada nas aulas de yoga aporta ao seu praticante uma capacidade de gestão emocional muito grande.

Foi através da respiração e do domínio desta que consegui gerir as minhas emoções e acalmar para ter força, coragem e muita determinação para enfrentar todo o processo que vinha a seguir.


Seguiram-se vários exames… Num desses exames chamado PET até fiquei radioativa… risos… agora já me consigo rir de todo este processo!!!

Fui operada novamente para retirar o gânglio sentinela – este é o nome que se dá ao primeiro gânglio que é afetado quando a doença passa ao sistema linfático – e após a devida espera na sala de operações veio a notícia que era negativo por isso não foi necessário retirar os outros gânglios, processo chamado de esvaziamento.


Depois das operações e dos exames e análises, fui encaminhada para o IPO no Porto para fazer radioterapia. Entre julho e agosto seguiram-se 30 sessões de radioterapia…

Passar por todo este processo sem deixar de trabalhar e de cuidar de três filhos não é nada simples… Acredita que é um desafio muito grande!!!

Sem dúvida que tenho a agradecer à prática de yoga por me ter ajudado a manter a calma durante este processo.


Fisicamente recuperei muito mais depressa devido à força e à flexibilidade que ganhei com a execução dos asanas (posturas do yoga).

Perde-se muita mobilidade no pós-operatório e na recuperação de um cancro da mama (suponho que o mesmo aconteça nos outros tipos de cancro).


A meditação foi também de extrema importância uma vez que me ajudou a manter o foco e a determinação.

Regressei há minha prática pessoal no final de 2018.

Este regresso tem de ser lento, como referi anteriormente o corpo perde muita mobilidade, no meu caso específico perdi força e mobilidade no braço direito uma vez que foi esta a mama afetada.


Mais uma vez as ferramentas que o yoga nos dá são maravilhosas e assim através da respiração mantive a calma necessária para ter paciência comigo e com o meu corpo, respeitando o tempo deste.

Fui construindo uma prática pessoal mais suave e adaptada há minha condição física, tinha essencialmente que ganhar força novamente e mobilidade.


Quando amamos e respeitamos o nosso corpo este age e reage de forma maravilhosa ao que lhe vamos pedindo; também estes são ensinamentos do yoga, o respeito pelo nosso corpo pois é o templo onde habitamos.


Neste momento já estou totalmente recuperada.


Como aprendo com tudo na vida, também este foi um ensinamento para mim. Consigo compreender melhor as mulheres que me abordam para frequentar as minhas aulas e que tiveram cancro da mama.


Há casos bastante mais graves que o meu, de certa forma ter passado por este desafio fez-me conseguir entender o lado da doença para conseguir ajudar na prática de yoga todos os que me procuram e que passaram ou estão a passar por um processo destes.


Um bem-haja e muita gratidão a ti por me leres!

Se ainda não incluíste o yoga na tua vida, pondera fazê-lo pois é um aliado e um amigo fantástico.

Namasté!


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